Conte narrativas com consciência e empatia
Objetivos de aprendizagem
Após concluir esta unidade, você estará apto a:
- Explicar por que os comunicadores de dados têm a responsabilidade de apresentar os dados por meio de visões mais diversas, justas e inclusivas.
- Identificar seis maneiras de abordar visualizações de dados e pesquisas com empatia.
A responsabilidade de criar narrativas baseadas em dados
Como comunicador de dados, um dos grandes desafios na visualização de dados é garantir que você crie narrativas com empatia e com visões inclusivas. E criar narrativas baseadas em dados é mais do que apenas ser capaz de criar uma visão atraente. De acordo com Brent Dykes, autor de Effective Data Storytelling: How to Drive Change with Data, Narrative, and Visuals (Criação eficaz de narrativas baseadas em dados: como gerar mudanças usando dados, narrativas e recursos visuais), a narrativa baseada em dados é “uma abordagem estruturada para passar insights de dados usando uma combinação de três elementos principais: dados, recursos visuais e narrativa”.
Então, onde entra a empatia na criação de narrativas baseadas em dados? Empatia neste contexto significa compreender, estar ciente, ser sensível e conhecer indiretamente os sentimentos, pensamentos e experiências de outra pessoa ou grupo. Para ser confiável, apurada e imparcial, a empatia deve ser uma prioridade para todos os comunicadores de dados e para aqueles que trabalham diretamente com as comunidades para coletar informações e propor soluções.
Isso requer a devida diligência em todos os aspectos do seu trabalho, empenhando esforços para garantir que as escolhas de palavras, terminologia e até mesmo os idiomas em que você publica sejam totalmente otimizados para seu público e atentos às suas necessidades. É essencial conduzir com empatia e não prejudicar as comunidades que já vivenciam a desigualdade e a discriminação.
Visualizações de dados inclusivas e sérias que refletem respeitosamente as pessoas enfocadas na análise podem ajudar a construir a confiança dessas comunidades. Como observa o jornalista Kim Bui, “abordar histórias — e pessoas — com mais empatia cria melhores relacionamentos com comunidades marginalizadas, constrói confiança e aumenta a cobertura diversificada”.
Deixar de conduzir com empatia pode exacerbar ainda mais, além de agravar, as desigualdades que moldaram o mundo.
Impactos indesejados
Olhe para o gráfico de altura média das mulheres abaixo. Observe que em uma extremidade a pessoa é muito alta e muito maior que as outras. Na outra ponta, a pessoa é muito baixa e distanciada das demais figuras do gráfico. Se você fosse um ponto de dados neste gráfico, ficaria ofendido? O diferencial de tamanho de desenho animado entre as pessoas neste gráfico cria ambiguidade sobre a intenção e pode ser interpretado como ofensivo.
Quando você olha para este gráfico com uma perspectiva inclusiva, fica claro que a forma como representamos as pessoas nas visualizações de dados pode ter consequências indesejadas, com possíveis impactos negativos para as pessoas, suas comunidades e as políticas que afetam suas vidas.
Seis maneiras de passar empatia na visualização dos dados
Então, como você sabe se está criando visualizações de dados com empatia? Comece revisando essas diretrizes e veja onde é possível incluir mudanças que melhorarão a inclusão, a diversidade e a representação igualitária das pessoas em seu trabalho.
Coloque as pessoas em primeiro lugar. |
Antes de tudo, você precisa lembrar e comunicar que os dados exibidos refletem a vida e as experiências de pessoas reais. Os comunicadores de dados devem ajudar os leitores a entender e identificar melhor as pessoas por trás dos dados. Se seus dados são sobre pessoas, deixe extremamente claro quem são elas. |
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Use conexões pessoais para ajudar o visualizador a se conectar melhor com o material. |
Fotografias, ilustrações, citações e histórias contadas podem ser apresentadas com visualizações de dados para ajudar o visualizador a entender melhor e a se identificar com o conteúdo. Se o visualizador conseguir se enxergar em uma visualização de dados, isso fortalece seu engajamento com os dados. |
Use uma mistura de abordagens quantitativas e qualitativas para contar uma narrativa. |
A maioria das tabelas e gráficos são construídos sobre planilhas ou bancos de dados quantitativos. No entanto, focar apenas em números sem qualquer contexto pode ignorar aspectos importantes de uma história, incluindo o porquê e o como. |
Crie uma plataforma de engajamento. |
Visualizações e painéis interativos permitem que os visualizadores tenham uma experiência mais profundamente imersiva. Outra forma de envolver os visualizadores é solicitar feedback para que eles compartilhem suas próprias reações e opiniões sobre o tópico que está sendo visualizado. |
Pense em como enquadrar um problema pode criar uma resposta emocional preconceituosa. |
O ponto de vista e o contexto são críticos. A forma como as perguntas são feitas e como os problemas são enquadrados tem um impacto concreto nas percepções do seu público e nas suas respostas à história que você está tentando contar. |
Identifique as necessidades do seu público. |
Com uma perspectiva centrada no público, você pode ajudar a garantir que suas necessidades sejam atendidas. As melhores práticas incluem tornar suas visualizações mais acessíveis para pessoas com deficiência, mais compreensíveis para um público mais amplo, evitando jargões e linguagem excessivamente técnica, e mais relevantes com a tradução dos materiais para os idiomas do seu público. |
Na próxima unidade, veja por que o contexto é importante e como avaliar seus dados com uma abordagem mais inclusiva.
Recursos
- Vídeo: Guia do Não prejudicar
- Transcrição do vídeo: Guia do Não prejudicar
- Site da Web: Não prejudicar Tableau
- Documento: Recomendações consolidadas do Urban Institute
- Documento: Checklist da igualdade racial na visualização de dados