Saiba a importância das cores, ícones e formas

Objetivos de aprendizagem

Após concluir esta unidade, você estará apto a:

• Mostrar como usar cores, formas e ícones com consciência e intenção.
• Explicar os impactos e implicações das cores, dos ícones e das formas em suas visualizações de dados.

Sensibilidade e consciência no uso das cores

Assim como você deve selecionar cuidadosamente a linguagem que está usando, também deve fazer escolhas informadas sobre o uso das cores nas visualizações de dados. Boas paletas de cores para visualização de dados devem, no mínimo, atender às diretrizes básicas de acessibilidade e oferecer contraste suficiente entre as cores para leitores com dificuldades de visão. 

Além da acessibilidade, as escolhas de cores também devem evitar o reforço de estereótipos raciais ou de gênero, como rosa bebê e azul bebê para representar mulheres e homens, ou cores associadas a tons de pele ou estereótipos raciais (por exemplo, preto para representar negros, amarelo para representar asiáticos). 

A legenda abaixo mostra um esquema de cores problemático aplicado a dados sobre raça e etnia. O vermelho alinhado com grupos minoritários, como negros ou hispânicos, pode ter conotações negativas na cultura ocidental, geralmente está associado a perigo ou agressividade. 

A cor também pode implicar uma hierarquia e perpetuar estereótipos nocivos. Por exemplo, usar uma série de tons de vermelho para grupos de cores ao lado de uma cor azul distinta para grupos de brancos cria uma divisão visual, ou mesmo competição, entre os dois. Também não se deve usar uma paleta de cores graduada em dados categóricos, pois mostra valores maiores ou mais altos em cores mais escuras e valores menores ou mais baixos em cores mais claras. 

Existem também conotações emocionais associadas a certos tons. Nas culturas ocidentais, cores como o vermelho podem ser percebidas como ameaçadoras ou agressivas e, portanto, podem pintar a população que você está visualizando de forma negativa. Evite situações em que os participantes representados na visualização de dados possam sentir que são apresentados como um problema. Embora possa ser difícil usar cores separadas para cada categoria, existem muitas ferramentas de cores gratuitas disponíveis para designers e desenvolvedores. 

Se usada corretamente, a cor é uma ajuda poderosa na visualização de dados. Sem consciência, você corre o risco de criar percepções errôneas e ofender seu público. Novamente, é hora de se perguntar: Se eu fosse um dos pontos de dados nesta visualização, eu ficaria ofendido?

Conheça o poder da iconografia

As visualizações de dados dependem do uso de imagens, ícones e formas. E pela própria natureza, os ícones destinam-se a transmitir significados amplos. Isso é incrivelmente útil e potencialmente bastante prejudicial. 

Esteja sempre atento sobre como você retrata grupos de pessoas. Você quer refletir a sociedade como um todo usando uma mistura de gêneros, raças, etnias, idades e outras características. Considere esses fatores fazendo algumas perguntas: Quem vai ver seus resultados? Como eles podem perceber os ícones? Como você pode evitar perpetuar estereótipos nocivos e ofensivos? Nem todos os ícones vão corresponder ao conteúdo que você está apresentando. 

A representação incorreta ou insuficiente de certos grupos nas imagens e na iconografia usada em suas visualizações de dados pode ser vista como uma falha em ter uma abordagem empática em relação a igualdade racial e de gênero. Por exemplo, nos resultados da pesquisa de empregos, os homens geralmente são superrepresentados nas imagens online em comparação com as mulheres. A maneira como você emprega imagens representa uma oportunidade de transformar esse padrão e repelir as forças de opressão. 

Do mesmo jeito, a escolha de ícones ou imagens para representar grupos raciais ou étnicos pode gerar estereótipos negativos. Isso inclui representações envolvendo pobreza, figuras culturalmente mal aplicadas ou reforço de hierarquias de poder tradicionais (por ex., um homem branco supervisor com uma pessoa de cor subalterna). Em vez disso, as imagens devem sempre representar as pessoas como ativas e empoderadas e reforçar sua dignidade, autonomia e humanidade. 

Solicitar feedback pode ajudá-lo a garantir que seus ícones não sejam ofensivos e a identificar associações culturais problemáticas que não foram percebidas antes. Além disso, usar formas em vez de ícones (como uma série de círculos ou quadrados) pode funcionar bem se o objetivo for mostrar unidades de dados isoladas.

Outro fator a ser considerado ao usar ícones ou formas que se assemelham a pessoas e comunidades é quando eles podem sugerir algo falso sobre os dados. Uma imagem pode ter vários significados, portanto, ao usar ícones, familiarize-se com as diferentes conotações e leve-as em consideração. Isso pode significar declarar suas intenções exatas para que o significado fique claro para o visualizador. 

Recursos

• Vídeo: Guia do Não prejudicar
• Transcrição do vídeo: Guia do Não prejudicar
• Site: Não prejudicar Tableau
• PDF: Diversidade, igualdade e inclusão na visualização de dados: Recomendações gerais
• PDF: Checklist da igualdade racial na visualização de dados
• Livro: Algorithms of Oppression: How Search Engines Reinforce Racism, por Safiya Noble